v. 18 n. 2 (2022): Dossiê IV Encontro de Pesquisa em Informação e Mediação
IV Encontro de Pesquisa em Informação e Mediação

Mediação da informação, teoria crítica e conflitualidade: a dimensão intersubjetiva do reconhecimento como ação coletiva emancipatória

Jetur Lima da Castro
Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho'
Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho'

Publicado 30-08-2022

Palavras-chave

  • Mediação da Informação,
  • Conflito,
  • intersubjetividade,
  • Reconhecimento,
  • Sujeito informacional

Como Citar

Castro, J. L. da, & Almeida Júnior, O. F. de. (2022). Mediação da informação, teoria crítica e conflitualidade: a dimensão intersubjetiva do reconhecimento como ação coletiva emancipatória. Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, 18(2), 1–25. Recuperado de https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1803

Resumo

Considerando a informação geradora de conflitos e incertezas, nesse texto objetiva-se discutir o conflito na Mediação da Informação (MI) para pensar uma luta motivada por necessidades informacionais, expressa na intersubjetividade dos sujeitos. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa caracteriza-se por ser de natureza qualitativa e do tipo teórica, adota como método a pesquisa bibliográfica e utiliza referenciais teóricos específicos da MI que tratam das relações do conflito como Almeida Júnior (2015, 2020, 2021), Gomes (2019, 2021), Flusser (1980) e Carvalho (2014), deslocando-se para o campo das discussões a teoria do reconhecimento de Axel Honneth, sendo central nas dinâmicas dos conflitos em sua análise, pois a falta de reconhecimento social nas relações intersubjetivas é a principal causa dos conflitos que articulam as mudanças na sociedade  e na formação da intersubjetividade quanto aos próprios sujeitos. Assim, é importante o reconhecimento visto que a investigação está sob o conceito de MI de Almeida Júnior (2015), sobretudo, elencada na necessidade informacional momentânea, geradora de conflitos. Como resultado, observou-se na discussão a dimensão do conflito, pois nele foi possível encontrar uma importante conexão de confronto de sentido e um potencial de aprendizado prático-moral associadas às necessidades coletivas de emancipação da informação. Por fim, o social na MI não está em olhar para o (usuário-potencial) como aquele sujeito que busca informação, mas em considerar a autorrealização do (não-público), o seu lugar na experiência, alicerçado nas relações de autorrespeito, autoconfiança e autoestima. Esse deve ser o foco, pois, ao contrário, estará o profissional da informação realizando experiências de desrespeito como a exclusão, estereótipos e estigmas, isto é, parâmetros inconscientes por não considerar a intersubjetividade do outro e levará por certo a degradação moral, sendo prejudicial para ambos diante de uma experiência intersubjetiva.