v. 16 (2020)
Artigos

Sobrevivência e características das revistas científicas de Minas Gerais instituídas na década de 1990

Edna da Silva Angelo
UFMG /UFOP
Biografia
Marlene Oliveira
UFMG
Biografia

Publicado 24-04-2020

Palavras-chave

  • Comunicação científica. Revista científica. Sobrevivência de revistas científicas. Produção científica periódica.

Como Citar

Angelo, E. da S., & Oliveira, M. (2020). Sobrevivência e características das revistas científicas de Minas Gerais instituídas na década de 1990. Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, 16, 1–26. Recuperado de https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1330

Resumo

O artigo identifica o tempo de sobrevivência das revistas científicas que foram instituídas na década de 1990 no Estado de Minas Gerais. Com base nesse recorte temporal e geográfico, problematiza o tempo de existência de uma revista científica, considerando o período que consegue manter-se ativa, e quais seriam os motivos que influenciam na sobrevivência dessas publicações. É um estudo do tipo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa, e utilizou a pesquisa documental como técnica de coleta e análise de dados, a partir da consulta às seguintes fontes: Centro Brasileiro do ISSN, Catálogo Coletivo Nacional, bibliotecas das Instituições de Ensino Superior do Brasil e as próprias revistas científicas. Com a aplicação dos procedimentos metodológicos, a pesquisa identifica 198 revistas. Constatou-se que: os anos de 1997, 1998 e 1999 concentraram 47% da produção da década; a maioria publicou duas vezes ao ano (ocorrência que ainda prevalece no momento atual); as Instituições de Ensino Superior são os grandes produtores do Estado; o assunto mais recorrente foi Educação; tomando como referência 2019, 19% estão ativas; das 81% inativas, a maioria sobreviveu 8 a 11 anos; das que surgiram em papel, 96% pararam de publicar e, no outro extremo, das que foram criadas no formato eletrônico, 89% continuam vigentes. Considerando o impacto da popularização do computador pessoal e da internet, mais da metade (58%) das revistas mineiras fundadas nos anos de 1990 migraram para o formato eletrônico em acesso aberto. Com esses resultados, pôde-se evidenciar a heterogeneidade das características constitutivas das revistas científicas mineiras, as dificuldades enfrentadas na garantia da sobrevivência e, principalmente, as influências que as tecnologias digitais exercem na manutenção e gestão desses tipos de publicação. O panorama delineado permitiu contribuir para a memória histórica da ciência e do Estado de Minas Gerais, além de conhecer o registro das produções científicas de gerações passadas e, por conseguinte, refletir sobre os rumos a serem seguidos.