v. 13 (2017): N. Especial - Competência Informacional e Midiática
Políticas Públicas, Movimentos Sociais e a MIL

Contribuições das teorias feministas e dos estudos de gênero para os debates sobre alfabetização midiática e informacional

Raquel Tebaldi
International Policy Centre for Inclusive Growth (IPC-IG)

Publicado 29-01-2017

Palavras-chave

  • Alfabetização midiática e informacional. Gênero. Teorias feministas. Educação. Tecnologias da informação e comunicação

Como Citar

Tebaldi, R. (2017). Contribuições das teorias feministas e dos estudos de gênero para os debates sobre alfabetização midiática e informacional. Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, 13, 196–212. Recuperado de https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/652

Resumo

Nas últimas décadas, reformas educacionais têm sido realizadas em diversos países com o objetivo de expandir o conceito de alfabetização de forma a responder aos desafios impostos pela mídia de massa e pelas novas tecnologias da informação e comunicação (TICs). Uma ampla gama de novos conceitos surgiu, portanto, para abarcar esta necessária revisão das práticas educativas. Dentre esses emerge o conceito de alfabetização midiática e informacional (AMI), cuja definição mais abrangente envolve o desenvolvimento das capacidades de acessar, analisar, avaliar e criar conteúdo através de diferentes tipos de mídia. Sua inclusão no currículo escolar e políticas públicas que garantam que todos tenham acesso a esse tipo de ensino fazem-se necessárias, pois o acesso diferenciado aos meios de comunicação e informação leva à expansão de oportunidades para os já privilegiados, considerando-se que determinados usos das TICs podem resultar em mais capital humano, financeiro, social e cultural, deixando aqueles que são marginalizados do processo de aprendizagem em desvantagem. Assim sendo, o presente trabalho objetiva apresentar o conceito de AMI enquanto política pública e enquanto prática educacional, problematizando-o através das abordagens crítica, feminista e de gênero. Conclui-se que as teorias feministas e os estudos de gênero representam importantes contribuições nesse debate, não podendo ser ignorados se os objetivos de tal política educacional visam à construção de uma democracia mais igualitária e participativa