Vol. 21 (2025)
Artigos

Construção identitária de crianças quilombolas a partir da ancestralidade africana presente na literatura infantojuvenil

Marcely Moreira Santos
UFBA
Kátia de Oliveira Rodrigues
ufba
Jaires Oliveira Santos Guterres
UFBA
Maria Isabel de Jesus Sousa Barreira
UFBA

Publicado 2025-01-10

Palabras clave

  • Construção identitária,
  • Crianças quilombolas,
  • Ancestralidade africana

Cómo citar

Santos, M. M., Rodrigues, K. de O., Guterres, J. O. S., & Barreira, M. I. de J. S. (2025). Construção identitária de crianças quilombolas a partir da ancestralidade africana presente na literatura infantojuvenil . Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, 21, 1–27. Recuperado a partir de https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/2023

Resumen

A literatura infantojuvenil pode constituir-se uma estratégia para apresentar as crianças temáticas diversas. No contexto das comunidades quilombolas, o contato das crianças com textos que abordam a temática ancestralidade africana, vem sendo frequente. Dito isto, a pesquisa teve como objetivo geral, compreender como o reconhecimento e afirmação da ancestralidade africana é representada na literatura infantojuvenil, em especial nos livros O pequeno príncipe e O pequeno príncipe preto, na perspectiva da construção identitária das crianças quilombolas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, quanto aos objetivos; documental no que se refere aos procedimentos técnicos e qualitativa quanto a abordagem. Para análise, recorreu-se a análise de conteúdo, a partir das categorias de análise – ancestralidade/troca de saberes entre gerações; identidade negra e etnocentrismo. Os resultados revelaram que o título O pequeno príncipe preto, escrito por um brasileiro apresenta trechos que retratam positivamente as categorias de análise. Com isto, conclui-se que a literatura infantojuvenil quando escrita por autores que ao longo de sua trajetória de vida assimilou através de seus ancestrais africanos a cultura destes, seus textos podem contribuir positivamente para o reconhecimento e afirmação da ancestralidade africana e a construção identitária das crianças quilombolas.

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