v. 19 (2023): Jubileu de ouro
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A visão do Records in Contexts (RIC) como objeto de fronteira de um grupo de profissionais da Arquivologia no Brasil e do EGAD/ICA

Graziella Cé
Universidade Federal Fluminense
Biografia
Daniel Flores
Universidade Federal Fluminense
Biografia
Linair Maria Campos
Universidade Federal Fluminense
Biografia

Publicado 28-04-2023

Palavras-chave

  • RiC-CM,
  • Ciência da Informação,
  • Teoria dos objetos de fronteira

Como Citar

Cé, G., Flores, D., & Campos, L. M. (2023). A visão do Records in Contexts (RIC) como objeto de fronteira de um grupo de profissionais da Arquivologia no Brasil e do EGAD/ICA. Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, 19, 1–26. Recuperado de https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1874

Resumo

Este artigo tem como objetivo estudar a visão de um grupo de estudos em arquivos no Brasil e a visão do grupo de Expert Group on Archival Description do International Council on Archives - Egad/ICA sobre o modelo Records In Contexts (RiC-CM), buscando aporte teórico na Ciência da Informação por meio da aplicação da teoria dos objetos de fronteira. Buscou-se entender o conceito do objeto de fronteira, aplicação e uso dentro dos ambientes de arquivo. Foi necessário adaptar essa teoria, delimitando seu uso no sentido de identificar pontos de vista convergentes e divergentes a partir da literatura, não adentrando nos silêncios e conflitos. Para tanto, escolheu-se como comunidade de prática um grupo de discussão brasileiro e do Conselho Nacional de Arquivos nos debates sobre o RiC-CM, refletindo o pensar dos arquivistas brasileiros sobre esse novo modelo conceitual e o (Egad/ICA), que elaborou o RiC-CM. A pesquisa foi qualitativa e de natureza exploratória, proporcionando familiaridade com a temática do presente estudo, por meio do embasamento em pesquisa na literatura. O grupo brasileiro demonstrou compromisso com a descrição, apresentando sugestões de melhorias ao modelo. Considerou que as relações estão em número excessivo, tornando o modelo complexo. Esse grupo sugere uma análise do nível de complexidade no que se refere a viabilidade de implantação. O Egad, por sua vez, acredita que o modelo terá uma abordagem radicalmente nova para conceituar descrição de arquivo, mudando o paradigma da Arquivologia. Essas visões demonstram a interlocução de pensar dentro do estudo dos objetos de fronteira.

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