"Abre-te, Sésamo": a contação de história como estratégia de mediação da informação na educação infantil

Resumo

Do mesmo modo que o personagem Ali Babá é remetido a um mundo de riquezas com o simples uso das palavras mágicas "Abre-te, sésamo!”, a contação de histórias realiza o mesmo com os seus ouvintes levando-os a um mundo de informações que envolve acontecimentos, fantasias e ensinamentos. Constituindo-se como uma prática milenar com a qual se pode explorar a narrativa oral que tradicionalmente informa, ensina e acolhe questões, internas e externas, daqueles que a escutam, e o narrador é um sujeito que tem a potencialidade de ser mediador da informação em espaços de educação e cultura. Em bibliotecas, museus, escolas e centros de educação e vivências, o narrador comunica informações por meio da ludicidade com a leveza de sua interpretação ao atingir desde as crianças da educação infantil até os anciões que param por um momento para ouvi-los. Em vista do exposto, questionamos como a narrativa oral pode ser relevante em processos de mediação informacional em centros de educação infantil, objetivando analisar a relação entre a prática da contação de histórias e a ação interventora do narrador que atua como um mediador no percurso da apropriação da informação nessa instituição. A metodologia adotada envolve revisão de literatura pertinente à temática e contribui com os resultados obtidos durante a pesquisa realizada por uma professora regente da Educação básica de séries iniciais que conduz uma pesquisa em andamento no campo da Ciência da Informação, na medida em que fora constatado que apesar da contação de história possuir características recreativas ela apresenta grande relevância e alcance como instrumento mediador da informação na educação infantil auxiliando, por conseguinte, nas demais etapas da vida educativa e social da criança. Por meio dos resultados tornou-se possível identificar que a prática da narração, por meio de histórias fictícias e reais, contribui com a disseminação de conteúdos informativos na infância. Em meios aos processos educativos, a mediação é vista como um ato ou efeito de intermediar o processo de busca, seleção e o uso de produtos e serviços informativos direcionados para essa faixa etária. Também foi possível compreender que a instituição de educação infantil necessita da implantação de bibliotecas com gestores da informação como o bibliotecário, que deve atuar junto com professores, alunos e contadores de histórias e, desse modo, contribuir com o uso e a apropriação da informação dentro e fora dessa unidade educacional.